Hoje durante o banho, olhei para o chão e vi um bichinho caminhando na minha direção. Não enxergo muito bem, mas ao invés de me assustar apertei os olhos para enxergar melhor e vi um bichinho verde brilhante.
É uma joaninha! Pensei. A quanto tempo não via uma. Não consigo pensar em uma infância diferente daquela onde você ficava feliz só de ter uma joaninha caminhando tranquilamente pela sua mão.
Fiquei observando ela, e percebi que ela estava indo em direção ao chuveiro. Com medo de que ela se afogasse (um bichinho daquele tamanho parece ser tão frágil) eu me abaixei e comecei a desviar a atenção dela para virar pro outro lado. Colocava o dedo na frente do caminho dela, fazia a água deslizar ela para o outro lado, e então ela virou na direção que eu indiquei e pareceu ter aceito a minha sugestão.
Se passou um segundo e vi ela voltando para trás. Novamente tentei fazer ela ir para a direção correta. Com as patinhas mais finas do mundo ela tentava ir para frente mas ficava escorregando e não saia do lugar. Eu dei um empurrãozinho assoprando ela para frente, e assim ela conseguiu caminhar sozinha.
Fiquei pensando em como somos (sou) parecidos com aquela joaninha. As vezes sabemos que é o caminho mais difícil e mesmo assim insistimos em ir. As vezes já passamos por aquele caminho antes e mesmo assim voltamos. Temos um amigo pra dar aquele empurrãozinho na direção correta, mas no fundo esse empurrãozinho só é suficiente se aceitarmos o caminho correto.
Fechei os olhos para colocar a toalha no cabelo e quando olhei para o chão ela já não estava mais lá. Pensei que talvez não fossemos tão parecidas. Minha amiga joaninha aprende mais rápido.